Investimento Prefeitura de SP no Metrô

Estado recebeu um cheque simbólico no valor de R$ 198 milhões

qua, 15/10/2008 - 20h06 | Do Portal do Governo

Durante vistoria das obras da Linha 2-Verde do Metrô, nesta quarta-feira, 15, o governador José Serra recebeu do prefeito da Capital, Gilberto Kassab, um cheque simbólico de R$ 198 milhões, valor que será empregado na expansão da Linha 5-Lilás, que ligará o Largo Treze à Chácara Klabin. Na ocasião, Serra fez o seguinte pronunciamento.

Governador: Queria dar o meu boa tarde todos e a todas. Cumprimentar o prefeito do município de São Paulo, Gilberto Kassab. Cumprimentar os deputados Barros Munhoz, líder do governo na Assembléia Legislativa. O deputado João Caramez e o deputado Said Murad, que nos acompanham na tarde de hoje.

Queria também saudar aqui o José Luiz Portella, nosso secretário de Transportes Metropolitanos, que apresentou aqui uma visão completa a respeito do que está se fazendo em matéria de transporte de trilhos em São Paulo.

Realmente completa, integrada. Pedi a ele, aliás, que distribuísse para a imprensa este plano todo. É o melhor resumo que eu vi. Pode ser utilizado, digamos, ao longo dos próximos meses. E cobrado no futuro.

Nosso secretário do Planejamento, Francisco Luna. Nosso secretário municipal dos Transportes, o Alexandre Moraes, em nome de quem eu cumprimento os secretários municipais presentes. O Alexandre Moraes é mais exótico como secretário dos Transportes do que eu como ministro da Saúde, porque ele é um jurista: tem o livro mais vendido sobre Direito Constitucional. Eu, ainda, pelo menos, já tinha recebido injeções na minha vida, mas o Alexandre duvido que tivesse entrado numa perua, em algum transporte alternativo. Mas que está indo muito bem.

Queria cumprimentar também os ex-deputados José Maria Eymael e Bruno Feder. O presidente do Metrô, José Jorge Fagali. O prefeito de Aparecida, cadê o prefeito de Aparecida? O prefeito de Aparecida foi um bom prefeito, o nome dele popular lá é Zé Louquinho. Estou avisando antes para não acharem que sou eu que estou inventando. Agora terminou o segundo mandato. O prefeito de São Sebastião, recém-eleito, Ernani Primazi. São Sebastião é um lugar em relação ao qual nós temos marcação por causa da questão ambiental. Mas eu estou certo de que o prefeito vai ser nosso parceiro nisso. Nada de permitir condomínio predatório lá.

Os vereadores Domingos Dissei, que é daqui do Ipiranga, Jooji Hato e o Zé Rolim, que não é daqui, mas está sempre presente também. Cadê o Zé Rolim? Ele é lá de Paraisópolis. Queria também cumprimentar o subprefeito do Ipiranga, Alexandre Anis.

Queria cumprimentar também o Carlos Pires, que é de uma das empresas do consórcio que constrói este metrô – a Camargo Correa – que fez uma inovação interessante da engenharia nacional. Um dos túneis que os jornalistas viram, que é esguichar, botar esguicho de água no teto para diminuir as rachaduras do teto, e de todo o círculo que é aquecido de cimento. Com a água injetada, ela esfria e evita rachadura. Essa foi uma inovação que foi feita aqui pelo pessoal da Camargo Correa. Eu queria aqui registrar este aspecto. Queria cumprimentar, também, os gerentes, engenheiros, operários da obra, funcionários do Metrô. E os jornalistas, que são a maioria aqui.

Bem, nós estamos impulsionando, como disse o Portella, um grande investimento na área de trilhos, Metrô e CPTM. São coisas inseparáveis. Por exemplo, pouca gente hoje se lembra de que o trecho Itaquera – Guaianases não é Metrô, é CPTM. No entanto, é a mesma coisa. Esta é a nossa intenção aqui em São Paulo: ir transformando a CPTM em metrô de superfície, como o mesmo padrão de qualidade do Metrô. Portanto, o investimento tem que ser apreciado neste conjunto. E nesse aspecto, as coisas estão andando, estão andando depressa, embora Metrô seja uma cosia demorada.

Há uns dois meses, na Freguesia do Ó, a Prefeitura fez também uma entrega simbólica de R$ 75 milhões – simbólica no sentido desse cheque – para que nós licitássemos o trajeto. Ora, vejam só. Quando é que vai estar pronto Freguesia do Ó, Portella? Assim, realisticamente, pronto, funcionando? 2000 e …?

Secretário de Transportes Metropolitanos, José Luiz Portella: 12.

Governador: 12. Ou seja, são quatro, cinco anos, porque vai ter que fazer licitação do projeto, o projeto é caríssimo. Foram 75 milhões. O que eu estou querendo dizer é que metrô é uma coisa que não dá para andar mais depressa e tem que ser super bem planejado. Metrô não é uma coisa que dá para improvisar. Não é uma linha de ônibus. Nem sequer, apesar de precisar de obra também, uma ciclovia.

É uma coisa muito complexa, são decisões tomadas há muito tempo. Nós estamos, hoje, aqui, supervisionando uma futura estação de uma obra que já tinha sido licitada e cujo trecho primeiro até o Ipiranga foi concluído ainda pelo nosso governo, com o governo Lembo. Mas já vinha de muitos anos.

Portanto, é um planejamento de médio e de longo prazo. E a entrada da prefeitura neste financiamento ajuda muito. É dinheiro substancial. Foram R$ 200 milhões para obras do Metrô da Linha 5 de Santo Amaro. Depois, 75 milhões para o projeto executivo da Linha Laranja. É o Portella que gosta dessas cores. Eu, como sou meio daltônico, nunca sou capaz de lembrar o que cada linha é. A Linha Laranja, ou seja, a Linha 6, que vai da Freguesia do Ó até a estação São Joaquim, na Liberdade.

A nossa expectativa é de fazer a licitação quando dessa? Não, da obra. No final de 2010 começaria a obra, mas estamos começando agora. A Prefeitura também está desapropriando imóveis na região do Largo da Batata com o custo da ordem de 30 milhões, e hoje anuncia a transferência de R$ 198 milhões. Ou seja, são 230, são 518 milhões, 503 milhões transferidos à Companhia do Metrô.

Este é um trabalho de engenharia financeira complexo. Temos que agradecer muito aí ao Manoelito, ao Luna, pela engenharia financeira. Eles se entendem bem. O Luna sempre muito otimista, o Manoelito sempre muito pessimista e, nesse sentido, se complementam bem. O que é? Não, não, o Manoelito é de um pessimismo… Eu fico até preocupado quando ele está otimista porque eu acho que tem alguma coisa errada, mas essa engenharia vem caminhando muito bem. É um trabalho de cooperação muito importante.

Quero dizer que a cara estrutural do transporte em São Paulo vai mudar nos próximos anos. Nós vamos ter a Linha 4, que vai da Vila Sônia até a Estação da Luz. É um metrô enorme, eu não lembro o tamanho, mas dá para calcular. São perto de 13 quilômetros. Nós vamos ter aqui até Oratório. Concluídos. Vamos ter o Rodoanel concluído no Trecho Sul – o mais importante de todos, porque é o que tira os caminhões que vêm do Interior e vão para o porto de dentro da cidade, está certo?

Vamos começar o Trecho Leste, mas vai estar pronto o Trecho Sul. Portanto, a Avenida dos Bandeirantes vai deixar de ter aquele engarrafamento. Devo dizer, também, que nós programamos – quando eu estava na Prefeitura – uma obra de melhora da Avenida dos Bandeirantes. Indo para o Estado, nós pegamos para o Estado fazer. Infelizmente, ficou encalacrada na Justiça com guerra de liminares para cá, para lá, etc. Mas isso aí também vai sair. A Avenida Jacu-Pêssego – mal chamada, porque na verdade é uma estrada – vai avançar definitivamente nos próximos anos. O Estado também entrou agora, antes era só a Prefeitura.

Então, se vocês pegarem só aquilo que vai estar concluído, sem falar do Expresso Tiradentes. O Expresso Tiradentes não é o antigo Fura-fila. O antigo Fura-fila estava interrompido quando eu assumi. Nós concluímos o que seria o Fura-fila, mas redefinimos o projeto que vai, agora, até a Cidade Tiradentes.

Portanto, tem obras estruturais relevantes que vão ter um impacto positivo muito grande no trânsito aqui em São Paulo.

Tem outra da qual a imprensa não tem pleno conhecimento: são as obras na Marginal. Não sei se vocês lembram, no começo da minha gestão na Prefeitura nós começamos com a idéia de ter uma nova pista pedagiada na Marginal. O critério que eu tinha colocado é que essa nova pista não poderia tirar nenhum metro das pistas pré-existentes. Quando chegou o pré-projeto, verificou-se que tinha que tirar. Aí, não dava.

O que nós fizemos? Nós mudamos o esquema no sentido de incorporar a concessão de estradas – a que vem da Anhangüera à Castelo Branco e a que vai ser agora ser feita no fim do mês, da Ayrton Senna à Carvalho Pinto – incorporar a ambas uma parte da Marginal, que vai passar a ser mantida e melhorada com as concessões.

Vocês sabem que as concessionárias e as concessões em São Paulo fizeram que nosso Estado tenha 19 das 20 melhores estradas do Brasil. Eles investem muito bem, sabem fazer investimento. Nós vamos fazer no meio da Marginal – quantos quilômetros são, Luna? – doze quilômetros. Ou seja, a Marginal do Tietê vai ter, de um lado, a concessão de quem tiver a Ayrton Senna. Do outro, da Autoban, que já tem a Anhangüera e a Bandeirantes, aquele complexo.

Os doze quilômetros do meio o Estado vai licitar e o Estado vai fazer. Isso já acertado há algum tempo e o Estado vai bancar, porque o volume de recursos é muito pesado. A Marginal termina sendo uma artéria estadual, até certo ponto, porque ela comunica municípios, comunica estradas e tudo mais.

Esta obra vai aumentar a pista da Marginal e fazer uma coisa que é muito relevante: melhorar todos os acessos, ruas em volta. De maneira que o sistema vai fluir muito mais. Então, nós temos Rodoanel, trens, Marginal, obras menores de outra natureza, mas importantes, como a Bandeirantes. Sem falar das outras inovações como o Veículo Leve de Transportes, que nós vamos fazer para o Aeroporto de Congonhas. É o chamado metrô leve, para a Brasilândia.

E o Ferroanel, que ocupou outro dia – a imprensa não acredita – quase 50 minutos da nossa conversa com o presidente Lula e a ministra Dilma. Uma discussão técnica do Ferroanel. É um assunto controvertido, do ponto de vista da Engenharia: Ferroanel norte, Ferroanel sul, faz passando por dentro, etc. Sem ter o Ferroanel, significa tirar o transporte de carga do meio do transporte coletivo, e o coletivo do meio do transporte de carga – sem isso, a gente não consegue expandir o número de passageiros da CPTM, que nós queremos levar de dois para quatro milhões, nos próximos anos.

Portanto, estamos aí em cima dessa história. Governar não é só ter idéia e ter dinheiro. Governar é ficar em cima. Cobrando. Cobrando dentro e cobrando fora. E fazendo parcerias, que é uma coisa fundamental como temos feito com o Governo Federal e como temos feito – eu ia dizer como nunca se fez antes neste País, não, né? – como nunca se fez em São Paulo, aqui na Capital.

Muita parceria, como nós fazemos, aliás, com outras Prefeituras da região da Grande São Paulo e de todo o Estado. Os prefeitos do Interior hoje – é quase unânime – dizem o seguinte: É a primeira vez que o governo briga com a gente para obrigar a fazer as coisas. Antes eles vinham pedir, agora a gente é que fica em cima para eles fazerem. É uma inversão benigna para o Estado, benigna para os municípios e muito mais do que benigna aqui para a Capital de São Paulo.

Enfim, eram estas as palavras que eu queria dizer aqui.

Mas, antes de concluir, deixem-me esclarecer. Parte dos recursos que hoje vêm fruto de operação urbana vai permitir remanejar parte do montante do ramal Vila Prudente – Oratório , o que ajuda a viabilizar este  trecho. Isso é definitivo, decisivo.

Esse trecho aqui – o Portella sempre me corrige quando eu dou o número, mas é impressionante, ele corrige por preciosismo, não significa que está errado – quatro quilômetros custam dois bilhões de reais. Daqui a pouco, a imprensa vem perguntar o que ele corrige, aí ele explica. Quatro quilômetros são dois bilhões de reais. Não é brincadeira custo de metrô. Realmente, o que ele traz de benefícios para os passageiros e para as regiões, eu estava dizendo aí para todas as lojas: Vocês vão ficar ricos agora. É um negócio aqui…Não quero…Vamos ver? Aposto que o valor dos imóveis já subiu aqui. É lógico, sobe o valor, para quem vier a comprar a rentabilidade não vai ser a mesma. Já ganhou quem vendeu.

Agora, deixem dar um dado que achei muito interessante e não tem a ver com o metrô. Nem direta nem indiretamente. É sobre o volume de obras hoje em São Paulo.

Boa parte da diminuição do desemprego no Estado de São Paulo está vindo de ações do Governo do Estado. Junto com as Prefeituras. Esse é um dado importante. Eu vou dar um número aqui. Em setembro, nós consumimos 90 mil toneladas de asfalto no Estado de São Paulo Equivalem a 25% mais que a média mais alta já atingida antes. Isso dá uma idéia da ação expansionista sobre o emprego que o Estado de São Paulo está fazendo, dentro da Lei de Responsabilidade Fiscal.

Nós temos uma gestão austera – aliás, há muita reclamação por isso – mas ao mesmo tempo uma gestão que faz as coisas acontecerem. E elas se multiplicam nas nossas parcerias com as Prefeituras de todo o Estado, inclusive daqui da cidade de São Paulo.

Muito obrigado a todos e a todas. Espero voltar logo aqui para outro tipo de inspeção. Aí eu vou vir com o Portella de madrugada, para a gente poder fuçar melhor, ver melhor todos os detalhes da nossa obra.

Fico particularmente satisfeito com essa obra aqui, porque sou natural da Mooca, minha família ainda mora lá, minhas ligações lá são fortes. Mas eu morei aqui também muitos anos no Ipiranga, aqui perto. Considero meu segundo bairro aqui em São Paulo.

Para mim, sempre é motivo de alegria corresponder junto ao Ipiranga às expectativas que tinham quando votaram em mim para prefeito e para governador.

O Luna estudou aqui? O Luna também é do Ipiranga. O que não justifica é você ser corintiano. Você devia é ser do Ipiranga. O Ipiranga era uma grande fonte de jogadores. Grandes jogadores saíram do Ipiranga aqui. Não vou nem dizer os nomes, porque…Hoje de manhã eu disse lá para as professoras que eu conheci o Anísio Teixeira. A Marilena tinha citado no discurso dela um artigo de 1934. Então, houve aquele alvoroço. Eu o conheci mais tarde. Não vou nem falar do time do Ipiranga porque senão vão ficar com uma idéia errada a respeito da minha idade.                     

Muito obrigado. Um grande abraço. Obrigado ao Município, ao prefeito e aos seus secretários. Obrigado à nossa equipe. Obrigado ao Portella e a toda a sua equipe. E obrigado aos trabalhadores.

Portella, nesta estação, quando inaugurarmos, vamos ter uma fotografia colorida de todos os trabalhadores. Com os palmeirenses na frente.