Governador discursa em inauguração de centro de radioterapia

Governador José Serra: Queria dar o meu boa tarde a todos e a todas. Dizer da minha alegria de vir aqui ao centro de excelência em matéria de saúde, que […]

qui, 25/03/2010 - 15h04 | Do Portal do Governo

Governador José Serra: Queria dar o meu boa tarde a todos e a todas. Dizer da minha alegria de vir aqui ao centro de excelência em matéria de saúde, que nós conseguimos fazer durante a nossa gestão. Isso realmente é um motivo de muita satisfação e de orgulho para mim. Outro dia nós apresentamos resultados de pesquisa, que permaneceu clandestina na imprensa, é evidente, sobre o índice de satisfação, de atendimento dos pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde) nos hospitais. Mandamos 600 mil cartas. Dessas 600 mil tivemos o retorno de 66 mil, 11%, que segundo os pesquisólogos é um índice satisfatório de retorno. Nas notas aos hospitais do SUS, dadas, a média foi de 8,65%. São Paulo tem 600 hospitais do SUS. Mas a pesquisa abrangeu 500, porque não houve número de resposta suficiente para outros 100. A medição foi a partir de 30 respostas.  Classificamos então hospitais e maternidades, mas o conjunto, a média de nota do SUS, de atendimento, e qualidade do atendimento foi de 8,65, o que mostra bem, o que retrata bem o atendimento hospitalar gratuito aqui no Estado de São Paulo. Uma nota dada pelos usuários de 8,65. Não é por quem tem plano de saúde ou por quem nunca foi atendido, não tem plano de saúde, mas também não foi atendido por hospital, então não ouve falar ou não lê na mídia. É gente que veio diretamente ser atendida. E a nota foi 8,65, na média.

Agora, tivemos os 10 hospitais com nota mais alta, todos acima de 9,2. E o Instituto do Câncer Octavio Frias de Oliveira foi o segundo colocado, (com nota) 9,46. É realmente extraordinário que uma instituição que tem pouco mais de um ano de funcionamento efetivo tenha tido uma nota 9,46. Mesmo assim só superado por um hospital pequeno, que é o geral, de Ribeirão Preto, que nós também criamos, um hospital estadual. Na verdade, as diferenças entre os 10 primeiros são desprezíveis, porque aí depende do número que recebeu.  Um (o primeiro colocado) foi 9,49, e aqui 9,46. E este é um Hospital de Câncer,um hospital, portanto, um instituto de doença grave. Aqui é também um modelo em matéria de humanização do atendimento, porque nós começamos a montar o hospital na perspectiva da humanização, do bom acolhimento, da boa estadia das pessoas, começando também por criar condições ideais de trabalho para os funcionários.

Nós estamos inaugurando hoje um Centro de Radioterapia e Diagnóstico por Imagem aqui no Instituto. Inauguramos também uma ala que comunica uma passarela do Instituto do Câncer ao Hospital das Clínicas. Como nada é de graça, só essa passarela custou uns 4 milhões reais, mas vai facilitar muito o deslocamento do pessoal que vem do hospital para o Instituto e do Instituto para o hospital. Mas o mais importante é o centro de radioterapia e diagnóstico por imagem. Nós investimos aqui de recursos do tesouro do Estado 70 milhões de reais. São 21 milhões de reais em obras, 49 milhões em equipamentos. E desses 49 milhões de reais para equipamentos, 24 milhões são destinados exclusivamente a aparelhos de radioterapia. A expansão do atendimento de radioterapia já começou. Em julho de 2010 ela será utilizada de maneira plena. Serão 90 mil sessões de radioterapia por ano, 30 mil ressonâncias magnéticas e 18 exames de medicina nuclear. Aqui no Brasil existem estimativas que vão de 50 a 150 mil pessoas sem atendimento de radioterapia, precisando e não tendo atendimento. Não sei qual é o número exato, mas sabemos que é um número grande. Pois bem, só esse instituto vai fazer oito mil. Só o instituto vai fazer oito mil, atender oito mil pessoas. São cerca de 100 mil radioterapias, atendimentos radioterápicos por ano. Esse é que é o dado quantitativo mais expressivo. Aqui, nós temos seis aceleradores lineares para radioterapia, um equipamento de braquiterapia, onde o material radioativo é depositado diretamente em contato com o tumor.

Eu me lembro que esse procedimento de braquiterapia eu introduzi no SUS, foi sugestão do Antonio Ermírio (de Moraes, empresário). Uma vez ele me telefonou quando ele cuidava do (hospital) Beneficência Portuguesa e me disse: “sua família tem gente com próstata?”. Eu disse tem; meu pai, meu tio, meu primo.” Ele falou: “então você é candidato a ter.” o Antonio Ermírio também é muito hipocondríaco, e ele falou que essa braquiterapia o dia que você tiver problema na próstata faz direto. Eu disse: “Antonio está fechado Está fechado, está introduzido no SUS”. E diga-se de passagem para o câncer do colo do útero também, eu diria que até com mais alcance, a braquiterapia é o método recomendado. E também um tomógrafo para simulação de procedimentos radioterápicos. Aqui nós temos, na área de imagem, quatro equipamentos de ressonância magnética e três de medicina nuclear. Tem dois  PET de medicina nuclear, que é a tomografia por emissão de pósitrons. E um SPECT/CT para cintilografia tomográfica. Eu já combinei aqui no mês que vem eu vou vir experimentar este aparelho, que pega o organismo inteiro. Qualquer particulazinha com problema ele detecta.

Agora, e tem mais, no caso desses equipamento. Nós já temos vários operando, já tem seis tomógrafos, raio-x fixos e móveis, ultra-sons e mamógrafos operando. Aqui tem uma ressonância magnética, que é única no Brasil, que não só faz a imagem, como também destrói tumor por procedimentos de ultrassom. Isto é revolucionário. Em matéria de tratamento de imagem eu nunca soube de nada parecido, que junto com a imagem há uma intervenção de cura. O que mostra o adiantado, digamos, o avanço da tecnologia existente. É a unidade de radioterapia e imagem mais avançada do Brasil e de toda a América Latina, aqui nós temos, aqui agora instalada. Portanto eu não poderia deixar de vir e de me congratular com todos os nossos dirigentes da Fundação, da Faculdade de Medicina, do hospital diretamente, com o HC (Hospital das Clinícas) que é nosso parceiro. Muita gente tinha medo de fazer uma coisa separada do HC, mas na verdade o HC está faturando com isso, não dinheiro, está faturando porque está podendo se acoplar o Instituto e aumentar muito o grau de atenção que dá ao pessoal de câncer. Eu acho que faltava isto em São Paulo.

A gente quando está no Governo, a maior parte das idéias vêm dos outros, das equipes. Mas o instituto, particularmente, foi idéia minha, em relativo ao câncer, porque nós não tínhamos um em São Paulo, público, governamental dessa natureza. Que se complementa muito bem com o Hospital do Coração, o Hospital do Câncer, e com toda a rede existente em São Paulo, que é muito boa, inclusive no interior com o Instituto do Idoso, com o (hospital) Amaral Carvalho (de Jaú), com o (Hospital) Boldrini em Campinas. Nós temos uma rede SUS muito satisfatória nessa matéria e este aqui é o piloto. Se vocês vissem a sala de análises de imagem, que hoje faz tudo para o HC, e no futuro poderá fazer também para outras áreas do SUS no Estado de São Paulo, onde especialistas treinadíssimos, super-qualificados estão lá recebendo e fazendo a análise. É uma economia de escala formidável, monumental. É um tipo de instalação que dá gosto para o engenheiro, evidentemente, e também para o economista pela economia de escala que cria em um clima ameno, de conforto em que as pessoas têm. Os técnicos, os especialistas têm toda a liberdade e tranquilidade para trabalhar.

Nós já criamos um centro desse no Hospital da Pedreira aqui em São Paulo, que é administrado pelo (Hospital) Santa Catarina. E tem mais dois, um na Vergueiro o outro no AME de Heliópolis, que é o maior Ambulatório Médico de Especialidades do Estado, evidentemente permaneceu clandestino quando nós inauguramos, rigorosamente ninguém noticiou, mas é um AME espetacular e tem inclusive um centro de análise de diagnóstico de imagem. E este tipo de procedimento no Brasil vai se multiplicar muito e São Paulo tem dado o exemplo de como isto pode ser feito, e acumulando com tecnologias nessa direção. Bem, apenas um dado para mostrar como as coisas andaram bem aqui no Instituto (do Câncer) internamente, é que foi atingida 79% da meta fixada ao longo de um ano. As metas, mas eu tenho aqui os dados para um AME, e foi atingido cerca de 79% da meta em 65% do tempo decorrido. Isso mostra a rapidez com que se anda, uma diferença de 14 pontos percentuais entre alcance da meta e tempo transcorrido. Este é apenas um dado síntese sobre o trabalho deste magnífico Instituto, e eu tenho enorme alegria de poder ter vindo aqui hoje participar desta inauguração.

É muito importante para os serviços on-line de grandes jornais que ontem comeram barriga. Ontem eu fui inaugurar um centro de atendimento integrado à saúde mental prontinho e eles transmitiram para o mundo que eu fui inaugurar uma obra inacabada e não se corrigiram. Depois não disseram “nós erramos, isso e aquilo”, não era obra, disseram que era um Centro de Saúde. Isso se chama realmente leviandade, convenhamos, em matéria jornalística. E não escapa nenhum grande jornal daqui de São Paulo disso. Eu espero que pelo menos agora estes jornais não vão dizer que eu vim aqui inaugurar uma obra inacabada, ou uma ressonância que ainda não começou a funcionar ou algo do gênero. E o mais importante é que nós temos aqui este equipamento, nós temos aqui a qualidade em matéria recursos humanos. Isto é o fundamental porque em medicina, por mais que tenha equipamento, por mais que tenha boas instalações, por mais que tenha a última geração em matéria de tecnologia, saúde é gente, gente sendo atendida sendo atendida, é obvio, e gente boa atendendo. E nós temos melhor plantel possível em matéria de medicina e medicina avançada aqui no nosso Estado. E com eles temos uma aliança, nós fazemos vacina, toda prevenção, atenção básica, e na outra perna, nós trabalhamos o que tem de mais avançado em matéria de medicina no mundo. E é caminhando nessas pernas que nós vamos melhorando cada vez mais o nosso sistema único de saúde.

Muito obrigado!