Entrega à Johnson & Johnson do Selo Ambiente Livre de Tabaco

Entrega do selo aconteceu nesta terça-feira, 28, em São Paulo

qua, 29/08/2007 - 12h00 | Do Portal do Governo

O governador José Serra lançou nesta segunda-feira, 27, um programa pioneiro para eliminar a fumaça do cigarro dos ambientes fechados. O Programa de Promoção de Ambientes Livres do Tabaco vai premiar empresas, edifícios e outros espaços públicos (como bares, restaurantes, lojas e shoppings) que banirem totalmente o fumo de seus recintos. A adesão será voluntária.

Bom dia a todas e a todos. Queria cumprimentar o Carlos Alberto Gottschalk, que é o presidente da Johnson & Johnson; o nosso secretário da Saúde, Luiz Roberto Barradas; Ather Williams, vice-presidente mundial de promoção da saúde da Johnson & Johnson; José Antonio Justino, vice-presidente internacional; Eugene Leister, vice-presidente dos produtos profissionais da empresa; José Vicente Marino, presidente da Johnson & Johnson Consumidor; está aqui o prefeito de São José dos Campos, Eduardo Cury; Luizemir Lago, diretora do Centro de Referência em Álcool, Tabaco e Outras Drogas; diretores; gerentes; funcionários da empresa; profissionais da área da saúde.

É com muita alegria que eu venho hoje aqui para a entrega desse selo para a empresa pelo trabalho antitabagista. Aqui não só se permite fumar tabaco dentro dos ambientes de trabalho, como também foram eliminados os fumódromos. Há uma orientação toda a ser impressa por todos os lugares da empresa, também não haverá cinzeiros. Enfim, mas como esclareceu aqui a empresa, haverá assistência àqueles que precisam deixar o cigarro.

De fato, o hábito de fumar neste século vai encurtar a vida das pessoas em pelo menos vinte anos, pelo menos a vida saudável. Creio que não é preciso aqui me alongar muito sobre os malefícios do cigarro. Quando a gente vê aqueles filmes antigos – de vez em quando hoje ainda tem filmes com atores fumando – mas aqueles filmes antigos em que o cigarro era uma parte indispensável da interpretação, a gente entende por que tantos atores do passado morreram logo. A gente vê Humphrey Bogart, Yul Brinner, e entende por que morreram prematuramente, com 60 anos, em torno disso.

No Ministério da Saúde, nós iniciamos uma campanha para valer nessa área. Começamos pela proibição da propaganda de cigarros. Propaganda de cigarros passou a ser proibida na televisão, no rádio, nos jornais, nos out-doors. Por que? Ela é um elemento indutor do consumo e é uma publicidade essencialmente enganosa, ligada à atividade física. Apresentavam o cigarro como um ingrediente importante da virilidade, inclusive da atividade física e da atividade sexual. Nada mais falso do que isso. Eu me lembro, a propósito, de que nós trouxemos para cá, para o Brasil, o irmão do cow boy do Marlboro. Ele veio contar para todos, deu entrevistas para a televisão, e tudo, dizendo que o irmão tinha morrido devido ao cigarro. Aquele mesmo cow boy que montava cavalo para sublinhar as virtudes viris do cigarro. Esta medida foi muito importante para o declínio dos fumantes em nosso País.

Nos últimos anos, de 89 para cá, o consumo de cigarro caiu, segundo estimativas, 9 pontos percentuais. Junto com isso, nós fizemos também, tornamos obrigatória a inclusão, nos maços de cigarro, de uma fotografia que ilustre as doenças que o cigarro provoca. Evidentemente, a que teve mais sucesso foi aquela que mostra os riscos da impotência, principalmente porque, na verdade, a indústria do tabaco está voltada para os jovens. O que ela quer é ganhar viciados já na adolescência. E os dados da Secretaria da Saúde mostram que entre 1/7 e 1/8 dos fumantes adquiriram o hábito entre 6 e 11 anos de idade. Vejam que barbaridade. Provavelmente, a grande outra parte é até 15 e 16 anos. Portanto, a luta contra o tabagismo é travada, em grande medida também, na adolescência. Porque aí a pessoa que adquire o vício será um fumante para o resto da vida. É mais fácil largar cocaína, largar álcool do que largar cigarro.

Eu lembro que nós fizemos várias pesquisas, mesmo antes de adotar essas medidas, e elas mostravam que 80%, 85% dos fumantes querem parar de fumar e não conseguem. Esta que é a questão. E eu creio que a impossibilidade de fumar no lugar de trabalho acaba sendo um fator importante para a contenção do hábito e para a batalha individual de cada um. Porque sem ter oportunidade de fumar, automaticamente diminui o número de cigarros fumados. E aumenta a possibilidade, junto com o desejo que os fumantes têm, de queda do tabagismo.

Nós criamos este selo como uma forma promocional para as empresas que aderirem. É uma adesão voluntária. Uma questão de consciência dos empresários. Por outro lado, é uma experiência para, no futuro, implementar medidas mais obrigatórias, que nós achamos ainda prematuro, pela falta de experiência do Brasil nessa matéria, e, por outro lado, também pelas dificuldades de fiscalização. Por isso, começamos com as ações voluntárias e o reconhecimento público delas, o que também traz um benefício à marca da empresa. Por isso, me congratulo hoje aqui com a Johnson & Johnson por ter sido a primeira empresa do Estado de São Paulo a quem nós entregamos este selo, este certificado.

Eu espero que daqui a pouco não haja nem possibilidade de eu comparecer às empresas, tal seja o número delas. É isso.

Muito obrigado em meu nome e em nome da população de São Paulo por esta aliança em prol da saúde.