Turismo é assunto sério

No seu impacto direto na economia, o turismo paulista é o maior do Brasil, com 39,9% do faturamento das empresas

Vinicius Lummertz
Secretário de Turismo e Viagens do Estado de São Paulo

sex, 29/11/2019 - 9h30 | Do Portal do Governo

A palavra turismo não é naturalmente associada a São Paulo. Em alguns casos pode até causar espanto ao estabelecer-se como central na estratégia do poder público, caso do Governo João Doria — ele mesmo com origem na área, tendo sido presidente da Paulistur, com Mário Covas, e da Embratur, no governo Sarney. Por isso propusemos uma política de turismo com foco no ambiente de negócios, estruturação de destinos e promoção.

As associações naturais de São Paulo são indústria, comércio e agricultura. No entanto, o chamado setor de serviços – que inclui o comércio e o turismo – é o mais representativo da nossa economia, com 75,8% do Produto Interno Bruto (2018). Os números do turismo não fazem feio. Dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) dão conta de que representa 10,1% do PIB do Estado de São Paulo ou R$ 224 bilhões.

A primeira razão divergente de cognição sobre o turismo é chama-lo de setor. Na verdade, trata-se de uma dimensão econômica composta por 52 setores da economia, que são impactados diretamente, indiretamente e induzidos pelas atividades de viagens e turismo.

Outra vantagem sobre as demais áreas dos serviços está o fato de trazer riquezas de fora, ou seja, ao recebermos visitantes estrangeiros somos o único exportador relevante de serviços. Mal comparando, enquanto a agricultura planta, cuida, colhe e transporta o produto para exportação, para a balança comercial o turismo receptivo faz tudo isso quando recebe turistas de outros países – que distribuem de forma democrática o seu dinheiro nos hotéis, nos táxis, nos restaurantes, nas compras etc.

No seu impacto direto na economia, o turismo paulista é o maior do Brasil, com 39,9% do faturamento das empresas, equivalente a R$ 92,3 bilhões em 2018. Ou seja, de cada R$ 10 negociados (agências, hotéis etc) R$ 4 são em São Paulo.

O Estado também lidera a recepção de turistas. São 45 milhões de visitantes de outros estados e 2,2 milhões de estrangeiros, atraídos pelos mais diversos motivos, principalmente as compras, as reuniões, o calendário cultural, as feiras de negócios e os congressos.

Com números superlativos para o padrão nacional, porém com potencial de crescimento no cenário mundial, o Estado passou a trabalhar na ampliação da oferta e nas facilidades de conexão aérea. Em 2018 eram nove aeroportos com voos regulares. Até o primeiro semestre de 2020 serão 13. Para incentivar a abertura de novas frequências, em junho foi reduzido de 25% para 12% o ICMS sobre o querosene de aviação. Como resultado, até o final de novembro 605 novas frequências foram lançadas. Nos três principais aeroportos – Guarulhos, Congonhas e Viracopos – até outubro foi registrado um crescimento de 8% no número de passageiros, o que é bastante positivo em um ano difícil para a economia nacional. Juntos, os três chegarão, em 2019, pela primeira vez a 75 milhões de passageiros.