São Paulo e a agenda necessária para o Brasil

Completar as reformas é necessário. E crescer é fundamental. Mas não basta. O Brasil precisa planejar sua agenda e definir o propósito desse crescimento

João Doria
Governador do Estado de São Paulo

qua, 29/01/2020 - 10h30 | Do Portal do Governo

São Paulo fechou 2019 com um crescimento do PIB de 2,6% – mais que o dobro do Brasil, com 0,9%. O resultado é fruto das medidas que adotamos, na política liberal, de reforma do Estado, do enxugamento da máquina administrativa, além de novos investimentos externos e privatizações.  Menos Estado e mais iniciativa privada.

Os economistas preveem que em 2020 o Brasil terá o maior crescimento econômico desde 2013. Um crescimento do PIB superior a 2%. É provável. E comprova a eficácia do modelo econômico baseado no rigor fiscal e em iniciativas liberais na economia. Paulo Guedes conduz bem esse processo. E São Paulo compactua desta visão. Depois da Nova Previdência, é preciso seguir adiante com as reformas tributária, administrativa e política, implantando novo pacto federativo.

Completar as reformas é necessário. E crescer é fundamental. Mas não basta. O mundo vive um complexo processo de transformação social, agravado por atritos políticos e comerciais entre países e blocos econômicos. O Brasil precisa planejar sua agenda e definir o propósito desse crescimento.

Além das necessidades óbvias de melhoria da infraestrutura e da redução do custo Brasil, para aumentar a competitividade, o novo ciclo de desenvolvimento deve levar os governos a perseguir três objetivos: a inovação tecnológica, com inclusão digital, a preservação ambiental, com recuperação de áreas degradadas, e a simetria de oportunidades, com serviços de qualidade para todos, especialmente na educação.

O mundo já ingressou numa nova era tecnológica – e ela definirá as nações vencedoras neste Século 21. Comunicação 5G, Internet das Coisas (IoT), cidades inteligentes e aumento da robotização são realidades cada vez mais presentes. São Paulo está neste ritmo. Temos compromissos nessas mudanças. Gerar oportunidades de modernização e revitalização da indústria, da economia e da sociedade. E também preparar as pessoas, especialmente os jovens, para as mudanças.

Em São Paulo, estamos redesenhando o ecossistema digital com a atração de mais empresas de tecnologia e centros de pesquisa. No IPT Open Experience, incentivamos a cooperação entre a iniciativa privada, governo e universidades. Em maio deste ano, vamos inaugurar o Centro para a Quarta Revolução Industrial, uma iniciativa conjunta com o Fórum Econômico Mundial que unirá São Paulo às mais avançadas experiências globais de transformação da indústria.

Ampliamos as vagas em cursos técnicos voltados para tecnologia e economia digital. Hoje, esse é um setor em que sobram empregos por falta de mão de obra qualificada. Aumentamos em 25% o número de vagas em cursos profissionalizantes. Não cancelamos, nem cortamos nenhuma bolsa de pesquisa nas nossas universidades. Estamos destinando R$ 1 bilhão para reforma e manutenção das escolas estaduais.

Na área externa, buscamos investimentos e oportunidades de comércio e negócios com os mais variados grupos e países, de forma pragmática, sem ranço ideológico. O GIC, fundo soberano de Singapura, o quinto maior do mundo, foi um dos vencedores da maior concessão rodoviária do Brasil, que irá duplicar 1.273 quilômetros de estradas em São Paulo, de Piracicaba a Panorama.

Nosso agro tem adotado as melhores práticas internacionais. A lavoura altamente mecanizada abandona a tradicional prática da queima. E o replantio de matas ciliares e proteção de nascentes têm facilitado a recuperação da cobertura vegetal do Estado, hoje na casa de 23%. Iniciamos investimento de R$ 1,5 bilhão para despoluir o Rio Pinheiros. E compramos equipamentos para a polícia ambiental, como também para todas as forças de segurança. A polícia de São Paulo atendeu mais de 50 mil denúncias de crimes ambientais em 2019. E alcançamos os melhores indicadores de segurança da história.

Seremos firmes na defesa da democracia, da liberdade de imprensa e da criação artística. Rejeitamos aventuras autoritárias. Em São Paulo, trabalhamos para construir o futuro, livres do radicalismo político.

Esse é o caminho para que o esforço de cada um resulte numa Nação menos desigual e mais integrada à economia global. O novo ciclo de crescimento trará de volta mais recursos para investimentos, mais empregos e mais desenvolvimento econômico.